O Cepea calcula o PIB do Agronegócio com apoio financeiro da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA).
Junho/16 +0,62% |
Jan-Jun/16 +2,45% |
Relatório Completo |
Comentários de Junho/16:
O PIB do agronegócio brasileiro acumulou alta de 2,45% no primeiro semestre do ano frente a igual período de 2015. O destaque segue sendo o ramo agrícola, que cresceu 3,64% no período, enquanto o ramo pecuário caiu 0,14%. Tal movimento reflete o elevado patamar de preços de vários produtos de origem vegetal, notadamente do segmento primário (alta de 17,12% na média ponderada do segmento). Agroindústrias como a de açúcar, etanol e óleos vegetais também seguem em destaque.
No ramo pecuário, destaca-se a alta de 9,5% no preço do leite cru que seguiu em elevação em junho, motivado pela baixa oferta do produto no mercado – com impacto direto sobre a indústria de laticínios. Os mercados de animais vivos e carnes seguem em baixa, refletindo a redução da demanda interna – neste contexto, o alívio segue com as exportações, que têm atingido elevados patamares, beneficiadas pelo dólar ainda valorizado.
Com relação ao ambiente macroeconômico, o cenário continua desfavorável. No segundo trimestre deste ano, houve recuo de 0,6% do PIB Brasileiro com relação ao primeiro trimestre e 3,8% com relação ao mesmo período do ano passado, segundo o IBGE. Com relação à variação para o ano, o mercado prevê queda de 3,20% no PIB, conforme levantamento do último relatório Focus do Banco Central . Tal perspectiva contrasta com o resultado positivo observado no agronegócio. Verifica-se alta principalmente nas atividades que tem rentabilidade baseada nas vendas para o mercado externo, que se beneficiam do alto patamar do dólar frente ao real, levando-se à tendência de valoração de preços verificada principalmente no ramo agrícola. Ao consumidor final, no entanto, o aumento nas cotações de produtos agropecuários tem se refletido em inflação. Mesmo com o PIB brasileiro em queda e com a demanda do consumidor contraída, os preços gerais da economia seguem em alta. O IPCA acumulou elevação de 4,42% de janeiro a junho deste ano, sendo que o grupo de produtos relacionados a alimentos e bebidas apresentou avanço de 0,71% em junho, responsável por 0,18 ponto percentual do IPCA de junho, a maior contribuição entre os grupos avaliados, destacando-se altas em importantes produtos da cesta básica.
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Taxas mensais de crescimento, Valores do PIB Agro (por segmento) e sua participação no PIB do Brasil (agregado e por segmento, entre 1995 e 2015):
PIB do Agronegócio - Dados de 1995 a 2015